domingo, 9 de outubro de 2011

A história da Antônia que não nasceu

Ela precisava de um colo.
Existia uma dor no peito muito grande. Ela já não aguentava mais segurar tantas lágrimas.
Quanto tempo? 3 meses? Quase isso.
Ela andava desconcertada pelos quatro cantos do cômodo, quase botando um ovo.
Ela precisava de um colo.
As palavras que ela mesmo dissera mais cedo, agora a engasgava.
Pegava um copo, acendia um cigarro. Largava o copo vazio na mesa e jogava o cigarro fora, tinha asma.
Ela precisava de um colo. Queria uma mãe pra chorar, um pai pra brigar e uma irmã pra contar. Ela não tinha.
Ela segurava cada gota de lágrima, nem um sal escorria pelo seu rosto a muito tempo.
Ela estivera rindo na presença dos vizinhos e das pessoas sociais. Estivera rindo mais cedo.
Um amigo dela chorou. Ela foi fria na frente dele. Não queria desabar junto.
Ela precisava de um colo desesperadamente.
Terminou de andar, quase furou o chão. Entrou pro quarto - agora mais calma -, sentou-se na cama.
Terminou sua história e dormiu.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Românticos e Tolos e Loucos e Sem direção

Existe alguém mais romântico que eu?
O romântico é um tolo, cheio de anedotas e palavras vazias que expressam sentimentos individuais e únicos.
As 03:00 horas da manhã o meu coração late (ou geme, como quiserem) devagar de sono ou cansaço do dia que ainda nem acordou.

Com os dedos inchados, o pescoço roxo, as costelas quebradas e os olhos sangrando.
Eu levantei pra encarar mais uma imensidão de tempos e caminhos, de tempos e distâncias.
Calcei um par de bonitas meias.
Eu faço um poema, dois.
A lata de lixo cheia de palavras tão vazias e tão cheias.

Quisera eu que fosse só eu e ele, o meu docinho. E que ninguém mais no mundo existisse.
Quisera eu sair cambaleando pela madrugada, berrando um nome forte numa voz preguiçosa.

Existe alguém mais romântico do que eu?
Morro de amores, e nasço de amores.
Todos os dias, até os feriados!

Forço a mente sem precisar reclamar com o coração, pra que saia duas ou tres palavras.
O meu docinho quer ouvir...

Não vou me queixar.
Eu já sei, a culpa de tudo no mundo é minha. (Sem exageros!)
O mundo do meu docinho.

Um violão no braço, um batom do labio e um chinelo sem pé.
Um bracelete no braço, um labio no lábio e um all star no pé.
Eu e o docinho, que nada parecemos e então, somos tão iguais.

É que me faltou um pouquinho de romantismo pra falar.
É que me roubaram...
Junto com o celular, a moral e a coragem naquela noite.

Deixo, como perdão pelas más palavras, um beijo no sorriso de diamantes.
Sem modéstia, sei que arranco outro sorriso.
Já que eu, sou sua única excessão.

Existe algúem menos romântico do que eu?

sábado, 20 de agosto de 2011

Juventude

Sou poeta e vivo.
E morro em bebida,
E morro em mulheres.
E morro em bebida,
E morro em lugares.
Sou poeta e vivo.

Sopro as vergonhas da alma,
Suplicando doçura,
Mentindo a cada fala.
E despindo ninfas, e despindo...

O vento vacilante.Toca ou não minha pele?
Oh! Eu que tão pouco sou!
Sou poeta e vivo.

Rogo-lhe uma praga :
Cairás aos meus pés sedento!
E morrerás de poesia, bebendo... e morto caírás!
Que o veneno roubado dos olhos e do sorriso, permita-me despir ninfas... e despir...

Afasto-me da felicidade (e busco a felicidade!)
Num mundo de prazeres sem motivos
Flagro a risada desconcertante,
ataco o meu eu.
Oh! Eu que tão pouco sou!

E se buscares em mim algo certo, encontrarás tudo o que há de errado.
Dos meus desejos incertos de ser o deleite dos seus olhos.
Dos meus desejos incertos de ser o deleite dos seus lábios,
e dentes, e músculos. E sangue excitado!

Beije-me docinho! Beije-me e arranque suspiros.
E gemidos... Oh eu! Oh vida!

Eu que tão pouco sou... Sou poeta...
E vivo.

terça-feira, 5 de julho de 2011

.

Os cabelos desciam pelo rosto,
colados.
Lágrimas pretas pulsavam na pele,
pálida.

Podia sentir o anjo partindo
Chamava, lutava.
Contra e a favor.
Podia sentir o anjo partindo;
Pedia pr'o anjo vir.

Sentia vontade de capturar o anjo; Anjo tão doce anjo !
O mundo (parecia !) ia terminar.
Um pedaço, o melhor do meu ser, ia.
A fração lúgrube ficara.
Eu peço pr'o anjo voltar.

Agora, cada gota do sangue doce que ardia em minhas veias,
ardia de ódio.
Socar meu punho em seu rosto e vê-lo sangar ...
E beijar. E matar. E amar.

Anjo? Anjo?
Eu berrava.
De dor (ausência de dor) . A cabeça rodava.
Uma força interna invadira meus músculos;
fracos.
E a língua girava,
entupida.

Meus pulsos quase ausentes.
Ouvi meu som clamando - ANJO !
Eu peço pr'o anjo ficar.

Os fios gelados grudados na cara;
Unhas arrancadas
E um fraco cheiro de cravo.

O anjo rodava minha cabeça
Podia sentir o anjo e seu beiço berrante,
E um fraco cheiro de cravo.

domingo, 12 de junho de 2011

Meus 17 anos



Existem dias em que estamos tão aéreos e dias em que estamos atentos até demais.
Coisa estranha, isso de vida, não acham?
Num dia você tem 16 e aí passam algumas horas e 17 anos surgem, do nada.
Hoje, nada a me queixar.
Hoje, nada a comemorar.
Só vim contar a história dos meus dedinhos...
Engraçado: Passa ano; Entra ano;
E os meus pesinhos descalços no frio.
Olhem só para mim, perdida nas palavras mais uma vez...
Acho que 17 anos depois, de tanto exagero, ando meio cansada.
Uma hora isso tinha que chegar ao fim, ou descansar, ou qualquer outra coisa.
Está frio, não está?
Sabem o que eu disse, sobre dias em que estamos aéreos?
Hoje é um deles.
Minha cabeça fica meio desligada e as pessoas felicitando-me...






‘’Só mais um dia comum, dias assim vem e vão... ’’



Afinal, eu ainda tenho 14.

terça-feira, 17 de maio de 2011

E morro de saudades...

Ah...!

Sinto tudo e nada no mesmo tempo irregular

O roçar dos meus pés no desespero da noite fria

Da saudade inatingível, da vontade tão longe...

De você nos meus braços, no colo...

Falando de voz mansa tudo o que o futuro nos tem.

Da necessidade do seu perfume.

E o seu sorriso... Tão grosseiro e doce único a mim.

Seus olhinhos brilhantes e infantis;

E o seu nariz tocando em minha pele arrepiada.

Eu toco, beijo; Cometendo insanidades nas suas imagens tão nítidas e inertes.

E choramingo as minhas palavras ao teu ouvido,

Implorando por uma felicidade tão distante e tão próxima, causando dor de ansiedade.

Eu grito, morro. Morro e renasço;

Das cinzas berrantes do meu deleite do seu tocar.

E permaneço plácido,

Na certeza de um dia te encontrar.!

domingo, 17 de abril de 2011

...tédio ou algo pior...


Vida querida, eu prometo melhorar.

Agora eu devo ir, devo ir

Devo ir pra longe num lugar onde só eu me encontre,

Pois eu não posso respirar.


Vim caminhando

De barro atolado até a cintura

Algo me aperta, sufocando-me

Decepção. Eu gritaria...

Mas os olhos ao meu redor estão surdos,

E nus.


Um veneno gelado percorre minhas veias,

E que caia o sol por sobre a minha cabeça

Minhas asas estarão feridas...

E a sua alma, de dor, gritará o meu nome.


Eu sou um otário!

Por lutar pelos meus sonhos;

Por sangrar os olhos meus;

Por pular a fogueira.


O ser humano é um bicho que come

Insensível demais, triturando o próximo

E vive sem coração. Como vive sem coração?

É como aço perfurando as minhas entranhas...


Afastem de mim os espelhos

Tenho vergonha do que vejo.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

7/4/11 Luto.

As notícias não param de nos bombardear. As redes sociais na internet estão lotadas de mensagens. Os pais que de fora assistem, colocam-se no lugar por um segundo e sentem na alma a dor que sentem os pais das vítimas.
Você, agora lendo essa mensagem, coloca-se no lugar. Sente medo. Pavor.
Indigna-se, tem raiva.
Queria o assassino vivo, para então matá-lo... Sim, eu também queria.
Não consigo entender o que leva a um homem tirar a vida de 12 crianças inoscentes. Minha mente tão criativa não consegue encontrar desculpa capaz de suprir ato tão brutal e revoltante.
E, no meu exaspero, o que posso fazer? Absolutamente nada.
Peço que espalhem a mensagem para tudo e todos que puderem. Convido você, a fazer comigo uma oração, por todas as almas que já não ocupam mais um corpo desde essa manhã de 7/4/11, que nunca mais será esquecida.
'Senhor, que os doze anjos que subiram estejam ao seu lado. Pai, sei que o senhor é o pai da justiça, então não peço que a faça, tenho fé que a fará.
Deus, tenha piedade do tal homem que foi capaz de tamanha brutalidade.'

Peço um minuto de silêncio para as crianças. Que Deus esteja convosco.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Uma Árvore Me Contou




Uma árvore me contou
Que tem gente louca atrás da gente
Seus olhos chorosos brilhavam como os olhinhos de uma criança assustada.
Uma árvore me contou que o mundo é quente, que as estrelas não brilham mais
De comparações loucas uma árvore me contou.
E, naquele dia chovia muito.
E não tinham ídios.
E não tinham animais.
E só tinham selvagens. Homens.
Um árvore me procurou em tamanho desespero
Como quem procura refúgio no colo da mãe numa noite escura.
Uma árvore me contou que as coisas cinzas estavam maltratando o verde que já nem é mais vivo.
E que os caminhos trilhados eram de exercitos humanos contra o planeta Terra.
Tudo indo tão mal. Essa é a sua casa.
Uma árvore me contou que já não existem mais flores, nem sorrisos. Nem sentido.
Que o astro rei estava velho demais, no seu cansaço milenar.
E os duendes? Como ficarão os gnomos? Os faunos e os centauros?
Onde estarão agora os sátiros e as fadas para vos salvar?

Estou queimando.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Esses Meus Olhos de Águia


Não se amedronta por olhar nos olhos de alguém com o triste e pavoroso pseudônimo de águia?
Não temes que sejas enfeitiçado por uma magia sem volta?
O meu misticismo está nos meus olhos
Também no pico dos meus lábios onde você se encaixa e se desmancha.
Quando eu te tocar e o seu corpo arder em chamas
Saibas que são as minhas asas a te queimar e te torturar.
Quando tu se perder em mim, não me culpe.
Dentro do meu eu mulher se esconde algo inimaginável.
Se o meu olhar te mata, nada lamento.
Com o meu toque posso reviver-te;
Para que tu possas morrer me querendo,
Sucessivamente;
Interminavelmente.

segunda-feira, 7 de março de 2011

Um Cavaleiro de Saias

Eu nasci frágil
Submissa, obediente.
Eu fui ningúem.
Sem papel nesse filme da vida.
Me acovardei deixando a minha cabeça baixa e falando de voz fraca.
Até que não aguentei.

E na minha adolescência...Ah a minha adolescência!
Na minha juventude minha cabeça borbulhando de ideias.
Dei minha cara a tapa.
Lutei.
Batalhei.
Queimei o meu soutien e o meu espaço fui conquistando.
Será que fui?
Que tolice a minha!

Aqui estou eu, já na minha idade adulta... Continuo lutando.
Hoje sou de soldado à general.
A cada louça que lavo. A cada relatório entregue no trabalho.

E eu conquistei?
Ah Deus, minha vida está passando!
Continuo, indiretamente, submissa.
Ainda sou frágil.

Quem sabe quando a velhice chegar,
terei a tão sonhada liberdade.
Será ela um mito?
Já faz tanto tempo desde que a apresentaram a mim, mas eu nunca a vi...
Talvez um dia eu a alcance... ou não.
Pode demorar... ou não.

Sei de mim, que não desistirei.
Nem minhas filhas,
as filhas de minhas filhas
e nem as filhas das filhas de milhas filhas.

Afinal, sou mulher então.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Por um tempo, até o tempo.

Meus belos,

Eu então, vou deixar minha mente respirar, mesmo que ela, muito ou pouco, não trabalhe tanto.
Acho eu, que talvez seja alguma dorzinha no pé esquerdo, como incomoda isso!
Vejamos bem, acho que não ando muito bem.
E outro dia me peguei desenhando alguem tão... ah, alguém tão! Vai entender! Vai me entender!
Mais que descuido o meu! Aqui, falando das minhas tardes de sono... se ficar aqui falando não vou então falar o que tanto deve ser dito. Deve mesmo?
É claro, se eu conseguir ou não dizer, isso é muito difícil.
Essa dorzinha no pé que subiu pelas pernas até as costas. E agora, então o que vou fazer? Meus olhinhos estão pesados quase se fechando.
A verdade mesmo, pra quem vê direto, é que estou fugindo.
Que tresloucados! Não é nada disso... não é. Ta, ta, ok. Eu admito, é sim uma fuga.
Acho que estou fugindo de mim, sabendo que não vou conseguir. Mesmo assim, tomarei essa decisão precipitada e diferente. Claro, claro. Afinal, não esqueceram-se de quem eu sou, não é mesmo?
Querem fazer uma aposta? Ah, queridos, vamos lá! Podem apostar, sei bem que vou ganhar!
E a aposta é: Assim que eu fugir, volto logo pro lugar de onde nem mesmo deveria ter saído. Eu sou frágil e tão previsivel quando devia estar agindo de forma contraria.
Bom, bom, eu que já falei tanto aqui, vou dizer logo sem mais delongas ou lhes mato de tanto tédio das minhas palavras tão toscas.
Vou dar um tempo do loucos.
Não meus belos, não é nada disso, eu ñ estou terminando uma relação de anos, não é isso. Também não estou trocando o Loucos por nenhum outro, não é nada disso.
Só, estou sentindo-me sufocada demais, confusa, e, eu diria, maluca de menos.
Daí vocês me perguntam: "Ah, minha louca, e quanto tempo então demorará esse seu tempo?"
Como querem que eu responda? Nem eu ou mesmo o oráculo do mais antigo mito grego saberemos responder. Talvez eu volte amanhã, ou não volte.
Logo, deixo um beijo e mil agradecimentos.
Vejo-lhes em breve, assim espero.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Circo


Vou pela caravana gritando meia dúzia de sandices.
Roubarei flores frescas no cemitério da casa ao lado.
Vou dizer o que penso e agir sem pensar.
Essa noite faremos malabarismo com corações partidos
Dançarei pelado por sobre a corda bamba,
E nós dois vamos concordar que não existe nada cômico, só a desgraça escondida atrás de sorrisos insanos.

Sou poeta do escuro e no meu circo não tem plateia.
Meus palhaços são burros, tristes e passam fome. Eu com nada me importo.
Arrancarei meu fígado no centro do palco e quem der mais por ele leva.

Entitularei Circo, Puteiro, Congresso Nacional... Apenas deixarei as máscaras caírem.
Aqui já não tem "pau" mesmo, o nome Brasil não serve mais.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

10 de Janeiro de 2000

11 Anos.
Como eu sinto sua falta... Que saudades!
Sabe, papai, pensei em você todos os dias.
Onde você está?

Papai, eu estou brava com você.
Você não estava lá comigo quando eu aprendi a andar de bicicleta. Você não me levou ao parque, nem me levou pra viajar. Você não brigou comigo pra eu botar um short maior. Você não disse que horas chegar depois da primera balada. Você não dançou comigo a valsa da meia noite nos meus quinze anos. Você não me ensinou o certo e o errado, papai. E se eu for pro caminho errado? Por que você não estava comigo, papai? Por que me deixou assim?

Sabe, papai, hoje no almoço eu estava pensando...Somos tão parecidos, né? Eu gosto de ler, e adoro pão com ovo, e quiabo e pimenta...

Pai, eu não me lembro mais do seu cheiro, nem do seu abraço... E as vezes, nem do seu rosto.
Quero seu colo, papai. E chorar, e chorar...

Pai!
Pode ser que daqui a algum tempo
Haja tempo pra gente ser mais
Muito mais que dois grandes amigos
Pai e filho talvez...

Pai!
Pode ser que daí você sinta
Qualquer coisa entre
Esses vinte ou trinta
Longos anos em busca de paz...

Pai!
Pode crer, eu to bem
Eu vou indo
To tentando, vivendo e pedindo
Com loucura pra você renascer...

Pai!
Eu não faço questão de ser tudo
Só não quero e não vou ficar mudo
Pra falar de amor pra você...

Pai!
Senta aqui que o jantar tá na mesa
Fala um pouco sua voz tá tão presa
Nos ensine esse jogo da vida
Onde a vida só paga pra ver...

Pai!
Me perdoa essa insegurança
Que eu não sou mais aquela criança
Que um dia morrendo de medo
Nos teus braços você fez segredo
Nos teus braços você foi mais eu...

Pai!
Eu cresci e não houve outro jeito
Quero só recostar no teu peito
Pra pedir pra você ir lá em casa
E brincar de vovô com meu filho
No tapete da sala de estar

Pai!
Você foi meu heroi meu bandido
Hoje é mais, muito mais que um amigo
Nem você nem ninguém ta sozinho
Você faz parte desse caminho
Que hoje eu sigo em paz
Pai...Paz!

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

E eu que queria mudar o mundo...

Tentando conquistar meu espaço no mundo
Caminhando contra o vento
Dando a cara a tapa
Buscando o meu momento.

Palavras me ferem
Sentimentos que eu ignoro
Dores que eu finjo não sentir
Sorrisos que são apenas sorrisos.

E eu que queria mudar o mundo
Me decepciono quando percebo que nunca conseguirei.

Eu não aceito isso
Essa gente hipócrita, essa gente nojenta.
Respeitas as diferenças é o caralho!
Você não sabe o que diz.

Eu olho nos seus olhos e eu sinto pena.
E eu também sinto pena de mim.
Papai, por que você se foi?

Quero que você seja massacrado como eu estou sendo.
Sinta um pouco do que eu senti.
Chore!
Mas prometa que dessa vez,
Tu vais chorar de verdade.

Estou descalça
E a luz no fim do túnel é fraca.
Meus sonhos são regados a um pouquinho de esperança
Eu mereço felicidade?

Eu sou um otário.
Eu minto contra minha vontade.
Tenho enfrentado dragões mais fortes que eu.
E as vezes minha armadura não aguenta.

Pernas bambas e fracas.
Olhos ardidos e cansados.
Músculos rígidos e sensíveis.
Por favor, toquem aquela música.

Eu quero mudar o mundo.
Eu não confio nele.
E nele, e nele, e nele...

Eu penso diferente.
Eu tenho nojo de você.
Eu estou triste.
Por favor, um pouco de ajuda.

Meus olhos são indecifráveis
Minha mágoa vem de berço.
Eu prometo mudar o mundo.
Eu prometo, mamãe...