domingo, 14 de outubro de 2012


e se fizer ela sofrer?
e se sofrer for difícil
demais
pro coração, pra mente.

quando eu era menino, pequeno
eu sofria sem brinquedo, sem jogo de varetas.
sofria de ter que ir dormir cedo

e sofria
o maior sofrimento do mundo
que o mundo já viu, que o mundo vai ver.

domingo, 9 de setembro de 2012

Silêncio


Tempo para a fome comer
Desfrutar o palco, e só.
Traga o mudo. Deixe, deixe mudo.
Não, escudos.

Aproxime-se do escuro, com paciência!
Tua sina, ira e demência.

Tudo mudo, tudo.
Mudo, tudo, mudo.
Demência tudo.
Falar mudo.
Tudo mudo.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Meus 18 Anos




Enrolei muito pra poder escrever esse aqui.
Já se passaram mais de 6 horas que ele deveria estar pronto.
Mas por que eu demorei tanto?
Simples.
Porque nesse aniversário eu não me sinto mal e não sabia escrever algo que descrevesse como eu me sinto bem.

Achei que morreria se saísse dos 14.
Mas nesse aniversário eu saí e agora me sinto leve.
Neste aniversário as festas estão aqui
Todos querem me parabenizar e me presentear
E eu não morro de melancolia por estar envelhecendo.

A sensação é boa.
O friozinho de agora ter responsabilidades legais está aqui.
Eu respndo por mim, eu acho.

Mas é sim.
Hoje eu acordei feliz
com uma louca amiga berrando na minha varanda.

É certo que 18 anos não muda muita coisa
Mas NESTES 18 anos, muita coisa boa está aí.
Eu agradeço.

E continuo...

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Cavalo dá cheque mate ?

Agora vocês me digam,
Quem conhece a lagartixa
Que sonha noite alta
Com costelas de ametista?

Ela sonha com o calango,
Príncipe Don Genovês
Que cavalga um cavalo
De um jogo de xadrez.

Cavalo dá cheque mate ?
Cavalo é novo rei?
Vamos, respondam logo!
Se não sabem, nem eu sei.

terça-feira, 13 de março de 2012

O Brasil na pele d'uma moça - Antonia


Antônia chora descalça
Arrancada do brinquedo;
Roubaram-lhe o doce.
Antônia tem olhos famintos
Um vestido rasgado, uns dedos surrados;
A menina teme o futuro incerto...
De ser sem teto; de ser sem amor
Antônia pede socorro p'ro mundo bobo
Tem medo que lhe cuspam na cara;
Tem medo e está sozinha...
O corpo magricela saltita á luz do dia,
Antonia goza do momento,
Antonia até abusa, e recua.
Como o fruto podre, foi vomitada da árvore,
Rejeitada; E fraca caiu.
Antonia levanta-se, limpa a face esfolada,
Sacode a saia e sorri.
Antonia encara, mesmo com medo.
A mulher quer a felicidade no futuro incerto e certo.
Antonia sonha e tem pesadelos.
Antonia agora está incompleta
Escuta o som do violão e acorda
O violão de Toquinho, o Violão de Vinícius, o Violão de Caetano...
Antonia tem glóbulos verdes e amarelos;
Antonia segue,
apoiada no ombro, peito, braço, lábio.
E vai.

domingo, 9 de outubro de 2011

A história da Antônia que não nasceu

Ela precisava de um colo.
Existia uma dor no peito muito grande. Ela já não aguentava mais segurar tantas lágrimas.
Quanto tempo? 3 meses? Quase isso.
Ela andava desconcertada pelos quatro cantos do cômodo, quase botando um ovo.
Ela precisava de um colo.
As palavras que ela mesmo dissera mais cedo, agora a engasgava.
Pegava um copo, acendia um cigarro. Largava o copo vazio na mesa e jogava o cigarro fora, tinha asma.
Ela precisava de um colo. Queria uma mãe pra chorar, um pai pra brigar e uma irmã pra contar. Ela não tinha.
Ela segurava cada gota de lágrima, nem um sal escorria pelo seu rosto a muito tempo.
Ela estivera rindo na presença dos vizinhos e das pessoas sociais. Estivera rindo mais cedo.
Um amigo dela chorou. Ela foi fria na frente dele. Não queria desabar junto.
Ela precisava de um colo desesperadamente.
Terminou de andar, quase furou o chão. Entrou pro quarto - agora mais calma -, sentou-se na cama.
Terminou sua história e dormiu.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Românticos e Tolos e Loucos e Sem direção

Existe alguém mais romântico que eu?
O romântico é um tolo, cheio de anedotas e palavras vazias que expressam sentimentos individuais e únicos.
As 03:00 horas da manhã o meu coração late (ou geme, como quiserem) devagar de sono ou cansaço do dia que ainda nem acordou.

Com os dedos inchados, o pescoço roxo, as costelas quebradas e os olhos sangrando.
Eu levantei pra encarar mais uma imensidão de tempos e caminhos, de tempos e distâncias.
Calcei um par de bonitas meias.
Eu faço um poema, dois.
A lata de lixo cheia de palavras tão vazias e tão cheias.

Quisera eu que fosse só eu e ele, o meu docinho. E que ninguém mais no mundo existisse.
Quisera eu sair cambaleando pela madrugada, berrando um nome forte numa voz preguiçosa.

Existe alguém mais romântico do que eu?
Morro de amores, e nasço de amores.
Todos os dias, até os feriados!

Forço a mente sem precisar reclamar com o coração, pra que saia duas ou tres palavras.
O meu docinho quer ouvir...

Não vou me queixar.
Eu já sei, a culpa de tudo no mundo é minha. (Sem exageros!)
O mundo do meu docinho.

Um violão no braço, um batom do labio e um chinelo sem pé.
Um bracelete no braço, um labio no lábio e um all star no pé.
Eu e o docinho, que nada parecemos e então, somos tão iguais.

É que me faltou um pouquinho de romantismo pra falar.
É que me roubaram...
Junto com o celular, a moral e a coragem naquela noite.

Deixo, como perdão pelas más palavras, um beijo no sorriso de diamantes.
Sem modéstia, sei que arranco outro sorriso.
Já que eu, sou sua única excessão.

Existe algúem menos romântico do que eu?

sábado, 20 de agosto de 2011

Juventude

Sou poeta e vivo.
E morro em bebida,
E morro em mulheres.
E morro em bebida,
E morro em lugares.
Sou poeta e vivo.

Sopro as vergonhas da alma,
Suplicando doçura,
Mentindo a cada fala.
E despindo ninfas, e despindo...

O vento vacilante.Toca ou não minha pele?
Oh! Eu que tão pouco sou!
Sou poeta e vivo.

Rogo-lhe uma praga :
Cairás aos meus pés sedento!
E morrerás de poesia, bebendo... e morto caírás!
Que o veneno roubado dos olhos e do sorriso, permita-me despir ninfas... e despir...

Afasto-me da felicidade (e busco a felicidade!)
Num mundo de prazeres sem motivos
Flagro a risada desconcertante,
ataco o meu eu.
Oh! Eu que tão pouco sou!

E se buscares em mim algo certo, encontrarás tudo o que há de errado.
Dos meus desejos incertos de ser o deleite dos seus olhos.
Dos meus desejos incertos de ser o deleite dos seus lábios,
e dentes, e músculos. E sangue excitado!

Beije-me docinho! Beije-me e arranque suspiros.
E gemidos... Oh eu! Oh vida!

Eu que tão pouco sou... Sou poeta...
E vivo.

terça-feira, 5 de julho de 2011

.

Os cabelos desciam pelo rosto,
colados.
Lágrimas pretas pulsavam na pele,
pálida.

Podia sentir o anjo partindo
Chamava, lutava.
Contra e a favor.
Podia sentir o anjo partindo;
Pedia pr'o anjo vir.

Sentia vontade de capturar o anjo; Anjo tão doce anjo !
O mundo (parecia !) ia terminar.
Um pedaço, o melhor do meu ser, ia.
A fração lúgrube ficara.
Eu peço pr'o anjo voltar.

Agora, cada gota do sangue doce que ardia em minhas veias,
ardia de ódio.
Socar meu punho em seu rosto e vê-lo sangar ...
E beijar. E matar. E amar.

Anjo? Anjo?
Eu berrava.
De dor (ausência de dor) . A cabeça rodava.
Uma força interna invadira meus músculos;
fracos.
E a língua girava,
entupida.

Meus pulsos quase ausentes.
Ouvi meu som clamando - ANJO !
Eu peço pr'o anjo ficar.

Os fios gelados grudados na cara;
Unhas arrancadas
E um fraco cheiro de cravo.

O anjo rodava minha cabeça
Podia sentir o anjo e seu beiço berrante,
E um fraco cheiro de cravo.

domingo, 12 de junho de 2011

Meus 17 anos



Existem dias em que estamos tão aéreos e dias em que estamos atentos até demais.
Coisa estranha, isso de vida, não acham?
Num dia você tem 16 e aí passam algumas horas e 17 anos surgem, do nada.
Hoje, nada a me queixar.
Hoje, nada a comemorar.
Só vim contar a história dos meus dedinhos...
Engraçado: Passa ano; Entra ano;
E os meus pesinhos descalços no frio.
Olhem só para mim, perdida nas palavras mais uma vez...
Acho que 17 anos depois, de tanto exagero, ando meio cansada.
Uma hora isso tinha que chegar ao fim, ou descansar, ou qualquer outra coisa.
Está frio, não está?
Sabem o que eu disse, sobre dias em que estamos aéreos?
Hoje é um deles.
Minha cabeça fica meio desligada e as pessoas felicitando-me...






‘’Só mais um dia comum, dias assim vem e vão... ’’



Afinal, eu ainda tenho 14.

terça-feira, 17 de maio de 2011

E morro de saudades...

Ah...!

Sinto tudo e nada no mesmo tempo irregular

O roçar dos meus pés no desespero da noite fria

Da saudade inatingível, da vontade tão longe...

De você nos meus braços, no colo...

Falando de voz mansa tudo o que o futuro nos tem.

Da necessidade do seu perfume.

E o seu sorriso... Tão grosseiro e doce único a mim.

Seus olhinhos brilhantes e infantis;

E o seu nariz tocando em minha pele arrepiada.

Eu toco, beijo; Cometendo insanidades nas suas imagens tão nítidas e inertes.

E choramingo as minhas palavras ao teu ouvido,

Implorando por uma felicidade tão distante e tão próxima, causando dor de ansiedade.

Eu grito, morro. Morro e renasço;

Das cinzas berrantes do meu deleite do seu tocar.

E permaneço plácido,

Na certeza de um dia te encontrar.!

domingo, 17 de abril de 2011

...tédio ou algo pior...


Vida querida, eu prometo melhorar.

Agora eu devo ir, devo ir

Devo ir pra longe num lugar onde só eu me encontre,

Pois eu não posso respirar.


Vim caminhando

De barro atolado até a cintura

Algo me aperta, sufocando-me

Decepção. Eu gritaria...

Mas os olhos ao meu redor estão surdos,

E nus.


Um veneno gelado percorre minhas veias,

E que caia o sol por sobre a minha cabeça

Minhas asas estarão feridas...

E a sua alma, de dor, gritará o meu nome.


Eu sou um otário!

Por lutar pelos meus sonhos;

Por sangrar os olhos meus;

Por pular a fogueira.


O ser humano é um bicho que come

Insensível demais, triturando o próximo

E vive sem coração. Como vive sem coração?

É como aço perfurando as minhas entranhas...


Afastem de mim os espelhos

Tenho vergonha do que vejo.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

7/4/11 Luto.

As notícias não param de nos bombardear. As redes sociais na internet estão lotadas de mensagens. Os pais que de fora assistem, colocam-se no lugar por um segundo e sentem na alma a dor que sentem os pais das vítimas.
Você, agora lendo essa mensagem, coloca-se no lugar. Sente medo. Pavor.
Indigna-se, tem raiva.
Queria o assassino vivo, para então matá-lo... Sim, eu também queria.
Não consigo entender o que leva a um homem tirar a vida de 12 crianças inoscentes. Minha mente tão criativa não consegue encontrar desculpa capaz de suprir ato tão brutal e revoltante.
E, no meu exaspero, o que posso fazer? Absolutamente nada.
Peço que espalhem a mensagem para tudo e todos que puderem. Convido você, a fazer comigo uma oração, por todas as almas que já não ocupam mais um corpo desde essa manhã de 7/4/11, que nunca mais será esquecida.
'Senhor, que os doze anjos que subiram estejam ao seu lado. Pai, sei que o senhor é o pai da justiça, então não peço que a faça, tenho fé que a fará.
Deus, tenha piedade do tal homem que foi capaz de tamanha brutalidade.'

Peço um minuto de silêncio para as crianças. Que Deus esteja convosco.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Uma Árvore Me Contou




Uma árvore me contou
Que tem gente louca atrás da gente
Seus olhos chorosos brilhavam como os olhinhos de uma criança assustada.
Uma árvore me contou que o mundo é quente, que as estrelas não brilham mais
De comparações loucas uma árvore me contou.
E, naquele dia chovia muito.
E não tinham ídios.
E não tinham animais.
E só tinham selvagens. Homens.
Um árvore me procurou em tamanho desespero
Como quem procura refúgio no colo da mãe numa noite escura.
Uma árvore me contou que as coisas cinzas estavam maltratando o verde que já nem é mais vivo.
E que os caminhos trilhados eram de exercitos humanos contra o planeta Terra.
Tudo indo tão mal. Essa é a sua casa.
Uma árvore me contou que já não existem mais flores, nem sorrisos. Nem sentido.
Que o astro rei estava velho demais, no seu cansaço milenar.
E os duendes? Como ficarão os gnomos? Os faunos e os centauros?
Onde estarão agora os sátiros e as fadas para vos salvar?

Estou queimando.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Esses Meus Olhos de Águia


Não se amedronta por olhar nos olhos de alguém com o triste e pavoroso pseudônimo de águia?
Não temes que sejas enfeitiçado por uma magia sem volta?
O meu misticismo está nos meus olhos
Também no pico dos meus lábios onde você se encaixa e se desmancha.
Quando eu te tocar e o seu corpo arder em chamas
Saibas que são as minhas asas a te queimar e te torturar.
Quando tu se perder em mim, não me culpe.
Dentro do meu eu mulher se esconde algo inimaginável.
Se o meu olhar te mata, nada lamento.
Com o meu toque posso reviver-te;
Para que tu possas morrer me querendo,
Sucessivamente;
Interminavelmente.