segunda-feira, 29 de junho de 2009

E num dia normal, pro relogio eu olhei...

E como num dia normal, peguei minha pasta, calcei os meus sapatos sujos, e vesti minha bermudinha rasgada. Fui andando, e andando pensando no que havia me transformado. Olhei pro relógio, 13:10, eu, como sempre, me via atrasada, mas dessa vez, ñ me preocupei em correr, eu ñ estava nem aí pra onde eu exatamente deveria chegar, mas cheguei. E lá fiquei. O relógio frio, agora marcava 18:05, já se passava a hora de eu ir pra casa, então, peguei minha pastinha, olhei pras minhas pernas russas de frio, e fui. No caminho, andava sozinha, pensava na minha vida, pensava em você, olhei pro relógio, e ele agora marcava 18:27, continuei andando, e andando olhei pra lua. Vi um pedacinho da sua face na beleza da lua, então eu sorri, e novamente olhei pro relógio, era o sorriso mais perfeito que eu havia dado, desde que você partiu, meu coração não tinha vontade de sorrir, marcava agora, 18:36, e fui sorrindo olhando pra lua e pensando em como te amo.
Num ato de tristeza, súbito e rápido, olhei pras estrelas, e pensei em como seriam lindos os nossos filhos se você não tivesse partido, eles teriam uma beleza mais singela e pura do que uma estrela.
Então, senti as lagrimas descerem nos meus tristes olhos, não tive forças pra ficar de pé, e me assentei num pedaço sujo de chão olhei novamente pro relógio, agora, já marcava 18:59, e ali, naquela rua escura e deserta, eu adormeci, talvez tenha desmaiado pela sua falta. Quando acordei, a primeira coisa que fiz, foi olhar pro relógio, e ele agora já marcava 21:00. Eu passei os dedos entre os meus cabelos crespos e mal cuidados, me apoiei no chão por 5 pequenos minutos, e me levantei. Ao me levantar, olhei pra lua e o seu perfeito rosto ainda estava lá, novamente eu sorri. Mas naquele instante, as 21:07, ouvi um barulho, um carro vinha em minha direção, só consegui ver a luz forte que vinha dos faróis, então, um baque eu senti.
Quando acordei, olhei pro meu braço, mas o relógio de pulso não estava lá, olhei pro meu corpo, e percebi que minha bermuda não estava rasgada e suja. Então, eu tentei olhar pro alto, pra ver se o seu rosto perfeito ainda estava lá, mas lá era vazio, tudo vazio. Eu estava desesperada, e corri pro nada. Então ouvi uma voz, uma voz linda e doce, que eu reconheceria em qualquer lugar, era a sua voz, uma voz tão calma, que me fez parar. Você é o meu anjo de guarda, e com você, na eternidade vou me encontrar...