terça-feira, 5 de julho de 2011

.

Os cabelos desciam pelo rosto,
colados.
Lágrimas pretas pulsavam na pele,
pálida.

Podia sentir o anjo partindo
Chamava, lutava.
Contra e a favor.
Podia sentir o anjo partindo;
Pedia pr'o anjo vir.

Sentia vontade de capturar o anjo; Anjo tão doce anjo !
O mundo (parecia !) ia terminar.
Um pedaço, o melhor do meu ser, ia.
A fração lúgrube ficara.
Eu peço pr'o anjo voltar.

Agora, cada gota do sangue doce que ardia em minhas veias,
ardia de ódio.
Socar meu punho em seu rosto e vê-lo sangar ...
E beijar. E matar. E amar.

Anjo? Anjo?
Eu berrava.
De dor (ausência de dor) . A cabeça rodava.
Uma força interna invadira meus músculos;
fracos.
E a língua girava,
entupida.

Meus pulsos quase ausentes.
Ouvi meu som clamando - ANJO !
Eu peço pr'o anjo ficar.

Os fios gelados grudados na cara;
Unhas arrancadas
E um fraco cheiro de cravo.

O anjo rodava minha cabeça
Podia sentir o anjo e seu beiço berrante,
E um fraco cheiro de cravo.